A banana é um ótimo alimento, mas ingeri-la durante o exercício talvez não seja uma boa ideia. Saiba por que e qual o momento certo de consumi-la.
É muito comum vermos atletas comendo banana durante os jogos e, apesar de ser um ótimo alimento, talvez não seja o momento certo de ingeri-lo.
A fisiologia do corpo durante o exercício
A absorção de água e nutrientes ocorre no intestino, portanto, é necessário que o alimento ou a água saiam do estômago. O esvaziamento gástrico depende de três fatores: o volume, a temperatura e a concentração do que é ingerido. Grandes volumes, alta temperatura e alta concentração diminuem o esvaziamento gástrico e, portanto, retardam a digestão e absorção dos alimentos. O melhor exemplo é quando se come uma feijoada, grande quantidade, quente e muito salgada, ela ficará por horas no estômago.
Durante a atividade física, ocorre uma redistribuição do fluxo sanguíneo no corpo. Diminui-se a irrigação dos órgãos menos envolvidos na atividade física (principalmente o estômago e os intestinos), para que se possa aumentar a irrigação dos músculos em atividade, fornecendo mais oxigênio para a produção de energia. Isto determina uma diminuição da velocidade de digestão, pois esta depende de sangue para que ocorra em velocidade normal.
Estes ajustes devem direcionar a ingestão de fluidos e nutrientes no decorrer da atividade física. A utilização de bebidas isotônicas (mesma concentração dos fluidos corporais), em baixa temperatura e pequenos volumes, vai acelerar o esvaziamento gástrico, possibilitando uma melhor absorção.
Quando utilizamos bebidas hipertônicas (mais concentrada do que os fluidos corporais), ou alimentos sólidos, estes demoram para sair do estômago, pois necessitam, primeiro, serem diluídos e/ou digeridos. Para isto, o organismo “rouba” líquido do sangue, transferindo para o estômago, podendo, então, desidratar o corpo. Se os líquidos mais concentrados já demoram para sair do estômago, imagine os alimentos sólidos.
O exercício promove aumento da utilização de vários minerais e, dentre eles, um bastante importante, o potássio. A diminuição da sua concentração no interior da célula leva à fadiga que, claro, precisa ser evitada. Em média uma banana nanica (86g) tem aproximadamente 80 calorias, perto de 20 gramas de açúcar e 330 miligramas de potássio.
Potássio e magnésio
A concentração de potássio em uma banana é relativamente alta, quando comparada com outros alimentos e talvez isso tenha feito com que ela ficasse famosa entre os esportistas. Porém, a principal causa da perda de potássio é a perda de magnésio. O magnésio estimula a bomba de sódio e potássio (mecanismo que trás de volta o potássio para dentro da célula, impedindo a sua perda), portanto, se não houver reposição de magnésio, de nada adiantará a reposição de potássio. O correto é fazer a reposição dos dois minerais associados, através de soluções isotônicas, para que eles possam ser rapidamente absorvidos.
Quando comer?
Comer banana durante uma partida pode até ser agradável, mas não tem nenhum significado prático, muito pelo contrário, pode, inclusive, dependendo das condições climáticas, induzir à desidratação, o que é extremamente prejudicial. Coma antes de iniciar o exercício. Além do potássio, a banana contém frutose, um açúcar importante para a produção de energia.
Quando víamos o Guga (do tênis) ou o Giba (do vôlei) comendo banana esquecíamos da fisiologia e ficávamos maravilhados assistindo aos seus desempenhos sensacionais, mas, para os meros mortais, a fisiologia continua valendo.
Fonte: Veja