Você já parou para pensar que uma clínica ou centro de imagem que realiza em média três exames de imagem por dia, totalizando 1.095 exames por ano, ao fim de 20 anos vai estar armazenando 21.900 exames?
É um volume imenso de documentos a serem armazenados e mantidos em bom estado, ocupando espaço físico considerável, que precisa ser organizado e higienizado com frequência.
Mas afinal, por que é necessário armazenar os exames de imagem por tanto tempo? Qual é a validade de exames de imagem? Faz sentido guardar um exame por duas décadas?
Conforme a Lei 13.787 de 2018, é necessário. A parte boa é que os exames agora podem ser armazenados digitalmente, em servidores próprios ou na nuvem.
É sobre essas dúvidas e as práticas que envolvem os exames de imagem que nós vamos falar neste artigo.
Começando pela pergunta mais importante:
“Qual a validade de exames de imagem para diagnóstico médico?”
Não há um consenso sobre a validade de exames de imagem para diagnóstico. Essa é a primeira coisa que você precisa saber.
Na prática, para exames de imagem impressos em filme, a validade é de seis meses dependendo do estado de conservação e do motivo pelo qual o exame foi realizado – esse é o fator mais importante para determinar a validade.
Sendo que o consenso dos seis meses costuma ser aplicado quando o exame de imagem faz parte de um check-up de rotina do paciente. Neste período estão incluídos:
- Ultrassonografia
- Ressonância Magnética
- Tomografia Computadorizada
- Densitometria Óssea e Mamografia
No entanto, o consenso muda se o exame for realizado como parte da detecção de uma alteração ou como parte do tratamento de alguma doença, o que reduz a validade para cerca de 30 dias.
E nos exames de rotina, quando há alguma alteração, sua validade é reduzida, visto que o acompanhamento médico vai exigir tratamento e realização de novos exames.
Armazenamento de exames de imagem e a legislação
Os exames que incluem imagem e laudo são parte do prontuário médico e devem ser armazenados nas instituições por 20 anos, seja no formato físico ou digital. Após esse período, os documentos podem ser eliminados ou entregues ao paciente.
Sendo que a possibilidade de eliminar os documentos digitais é recente, pois até 2018, os laudos em papel poderiam ser eliminados, mas os digitalizados deveriam ser permanentes. Agora, ambos podem ser eliminados após 20 anos.
Além disso, para as instituições, o dever de guardar os exames acaba quando o mesmo é retirado pelo paciente, sendo necessário apenas manter arquivada uma via do laudo emitido.
Também é necessário armazenar o comprovante de entrega ao paciente pelos mesmos 20 anos.
Aos hospitais que terceirizam o serviço de diagnóstico, no caso da empresa terceirizada possuir autonomia administrativa, a responsabilidade em armazenar o exame também é dela.
E diante do rompimento de contratos de prestação de serviço, o material deve ser guardado pela terceirizada, não pelo hospital.
Os benefícios do armazenamento de exames de imagem na nuvem
A necessidade das clínicas e centros de imagens possuírem salas exclusivas, de ampliar os espaços e locar depósitos com a finalidade de armazenar o volumoso número de laudos e exames em papel já não existe mais.
O armazenamento no sistema PACS exime as instituições da obrigatoriedade de ter espaço físico para armazenar os exames e os laudos, o que além de tudo, otimiza e gera mais eficiência no trabalho das equipes.
Mais espaço para uso
Outro benefício é que as salas que antes eram utilizadas para armazenamento, agora podem ser usadas como consultórios, permitindo ampliar a capacidade de atendimento e também das especialidades médicas disponíveis no espaço.
Mais segurança
As clínicas possuem autonomia para utilizar um servidor próprio, localizado na própria instituição e que atende a demanda do local ou então utilizar o servidor na nuvem, que oferece ainda mais segurança.
Dessa forma, os documentos armazenados na nuvem não ficam sujeitos a serem perdidos ou danificados devido a problemas no servidor, nem a clínica fica limitada a capacidade do servidor, tendo a possibilidade de expandir o espaço de armazenamento em nuvem sempre que necessário.
Armazenamento em nuvem: funcionalidades do PACS
Mobilidade
Além de representar mais segurança no armazenamento, o sistema PACS ampliou o alcance dos exames. Independente do local onde eles forem realizados, o sistema possibilita que os médicos acessem os exames de imagem a partir de qualquer computador, tablet ou smartphone. Basta ter o login da plataforma.
Para os pacientes e profissionais, isso é sinônimo de mais agilidade, ao mesmo tempo que aumenta a qualidade dos laudos emitidos, permitindo que equipes multidisciplinares participem do diagnósticos de maneira remota.
Redução de custos
A redução ocorre graças à eliminação da necessidade de utilizar papéis, filmes fotográficos, químicos, impressoras e máquinas especiais para impressão dos exames de imagem.
Com o PACS, os exames passam a ser impressos somente quando o paciente necessita. E no caso do mesmo perder o exame no intervalo até a consulta, não há necessidade do exame ser refeito, pois o médico pode acessá-lo de maneira digital, evitando um novo deslocamento do paciente e os custos que seriam necessários para realização de um novo exame.
Acesso ao histórico do paciente
O sistema qualifica a emissão de laudos e o tratamento ao permitir que o histórico completo do paciente fique armazenado, permitindo uma visão cronológica dos eventos de saúde, das prescrições, entre outras coisas.
Dessa forma, pode-se concluir que a validade de exames de imagem depende muito do objetivo pelo qual ele foi realizado, tanto quanto da forma que ele é armazenado.
O armazenamento digital dos exames além de auxiliar que as imagens não sejam danificadas no transporte ou pela ação do tempo, também tem possibilitado que clínicas e hospitais utilizem melhor os espaços que antes eram necessários para guardar milhares de exames, durante muitos anos.
Por fim, tecnologias como o DICOM e o PACS tem auxiliado a medicina, entre tantas coisas, a oferecer um atendimento mais ágil, qualificado e seguro aos pacientes.
FONTE: https://rdicom.com.br/blog/validade-de-exames-de-imagem/