AS CRENÇAS SOBRE ALIMENTAÇÃO SAÚDAVEL

POR: Erika Christina Carvalho dos Santos  – Nutricionista e aluna do curso de Pós-graduação em Fitoterapia da EADPLUS

As crenças e mitos alimentares podem repercutir negativamente sobre a Nutrição. A começar tomando como referência a idéia equivocada de muitos indivíduos de que o leite materno não “mata” a sede do bebê. Essa crendice e muitas outras são norteadas pela ausência do entendimento e credibilidade dos aspectos que envolvem a alimentação exclusiva do bebê. O leite materno é considerado por estudiosos o mais importante dos alimentos para o início da formação da vida.

Segundo Almeida (1999), a amamentação é “uma categoria híbrida que se constrói com características, propriedades e atributos definidos tanto pela natureza como pela cultura”.

Em uma pesquisa qualitativa, por meio de entrevista realizada por Gonçalves e Bonilha (2005), tiveram como sujeitos do estudo nutrizes adultas e com bebês até o sexto mês de vida e familiares. Os autores concluíram neste estudo que algumas crenças estão relacionadas à dificuldade familiar em reconhecer a normalidade das manifestações do bebê, como é o caso do choro, que é comumente interpretado como sinal de fome, levando ao surgimento de crenças do tipo leite fraco ou pouco leite.

Segundo Gonçalves e Bonilha, ao interpretar de forma inadequada as manifestações que o bebê apresenta, são tomadas decisões erradas, como a introdução precoce de outros alimentos à dieta do bebê, o que pode comprometer sua saúde. Estes autores definiram crença como sendo idéias ou opiniões que a pessoa possui, consideradas como verdadeiras a partir do que é afirmado ou realizado por alguém ou pelo grupo do qual ela faz parte.

Para Santos (2002), as crenças são interpretações dos valores que auxiliam a formar uma atitude com relação ao alimento.

Diversos mitos e crenças podem influenciar de forma negativa o consumo dos alimentos considerados saudáveis. O pior é que muitos destes mitos são transmitidos de geração para geração e são assim conhecidos – crenças, mitos – por não possuírem nenhuma comprovação científica. Por exemplo, “cerveja escura aumenta o leite materno”, “tomar suco de abacaxi em jejum emagrece” e “quem tem diabetes não pode comer beterraba”. Estes são alguns exemplos encontrados no estudo sobre “Como os mitos alimentares podem prejudicar a nossa saúde”. Vale acentuar, entretanto, que muitos erros encontrados na alimentação, provêm de informações equivocadas de nossos pais, avós e até mesmo profissionais que possuem pouca compreensão sobre os alimentos e nutrição.

Em uma visão e interpretação de estudos relacionados com o tema, independente da classe social e até mesmo da escolaridade do indivíduo, todos estão expostos aos mitos e tabus. Estes por sua vez podem interferir diretamente em uma conduta terapêutica planejada por profissionais da saúde e, ainda, acometer o tratamento de diversas doenças.

A alimentação saudável vai além de crenças e tabus. Embora seja importante respeitá-las, o entendimento sobre os aspectos fisiológicos de cada pessoa atua contribuindo para a promoção de saúde.

 

 

Referências

 

Almeida J.A.G. Amamentação: um híbrido natureza-cultura. Rio de Janeiro: Fiocruz; 1999.120 p.

Gonçalves AC, Bonilha ALL. Crenças e práticas da nutriz e seus familiares relacionadas ao aleitamento materno.  Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2005 dez; 26(3):333-44

Santos, M.A.A, Santos, R.P. Uso de suplementos alimentares como forma de melhorar a performance nos programas de atividade física em academias de ginástica. 2002. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 16(2): 174-85, jul./dez. 2002.