O estresse é o mal do século, e atualmente acomete grande parte da população. E não seria diferente com os profissionais da enfermagem.
A enfermagem é uma área muito nobre e humanizada, porém tem seus pontos negativos. Que podem afetar, e muito a vida pessoal dos profissionais.
Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem estão sempre expostos á problemas. Pois lidam com pessoas em vulnerabilidade.
Inevitavelmente, também precisam conciliar as longas jornadas de trabalho em ambiente insalubre. O que pode acarretar em episódios constantes de estresse.
Em um recente estudo, feito por LANGONA e TAVARES, publicado na Revista Brasileira de Enfermagem REBEn, constatou-se que 52% dos enfermeiros são, ou estão estressados.
Dentre eles, a maior parte são mulheres casadas. O que justifica também a influência da vida pessoal com a vida profissional.
1- Mas afinal, o que é o estresse que atrapalha a vida de tanta gente?
O estresse é um estado emocional que nos tira da estabilidade. Nosso corpo dispara um processo de adaptação, aumentando os níveis de adrenalina, o que gera inúmeras reações adversas.
O estresse pode ser diferenciado em estresse agudo e estresse crônico.
Os sintomas mais comuns do Estresse Agudo são caracterizados por:
Instabilidade de humor, insegurança, dor de cabeça, dores nas costas, dores musculares em geral, azia e palpitações cardíacas.
Já os sintomas do Estresse Crônico são:
Fadiga, desgaste, mal estar, cansaço, dificuldades em relaxar e descansar, desânimo, tristeza e sensação de fracasso.
2- Quais os motivos que levam os profissionais da enfermagem a ficarem estressados?
Entre os principais problemas que desencadeiam episódios de estresse estão:
• ESCALAS DE TURNOS
Os profissionais da enfermagem são frequentemente escalados para determinados turnos e grandes cargas horárias, o que muitas vezes não os agrada.
• DUPLA JORNADA DE TRABALHO – ATIVIDADE CONCOMITANTE
Uma das características mais conhecidas dos enfermeiros são as longas jornadas de trabalho. Sendo comum na rotina do enfermeiro o trabalho em dois empregos ao mesmo tempo (atividades concomitantes). Igualmente, trazendo uma sobrecarga emocional ao trabalhador.
Sobretudo, deve se ressaltar que aquele enfermeiro que trabalha em dupla jornada, deve ficar atento na hora do cálculo de aposentadoria.
Muitos não sabem, mas isso pode dar bastante diferença na hora do cálculo da aposentadoria. Ou melhor, revisar de quem já está aposentado, já que é comum o INSS não somar integralmente estas rendas.
Por isso, quando do pedido de aposentadoria, ao final, deve ser analisado a carta de concessão, ou o próprio processo de concessão da aposentadoria por um advogado especializado, já que é comum ter erros para menor. E quem já está aposentado pode pedir a revisão.
• PROBLEMAS DE EQUIPE
Sabemos que estes profissionais geralmente trabalham em equipes, o que muitas vezes, elevam os motivos para o estresse.
Eventualmente, nem sempre a equipe está em harmonia, pelo ao contrário. Grandes partes do tempo existem problemas a serem resolvidos. Gerando preocupação ou irritabilidade nos trabalhadores.
• COBRANÇAS DESNECESSÁRIAS
Em todo local de trabalho existem hierarquias, ou seja, pessoas com cargos superiores a outros. Ocorre que as vezes os profissionais da enfermagem são submetidos a cobranças desnecessárias a respeito de seu trabalho.
Porquanto, estas cobranças muitas vezes partem de seu superior hierárquico. Acarretando em situações de muito estresse entre os profissionais.
• COMUNICAÇÃO DEFICITÁRIA ENTRE OS SETORES
Dentro de um hospital por exemplo, existem vários setores por onde passam os pacientes. É fundamental que exista uma boa comunicação entre elas para que consigam dar uma melhor atenção ao enfermo.
Afinal, muitas vezes esta comunicação e deficitária, trazendo momentos de tensão e estresse para os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem.
3- O estresse pode lhe afastar do trabalho por tempo indeterminado!
Episódios muito frequentes de estresse possuem riscos à saúde. Pois podem evoluir para doenças ocupacionais, como surtos psicóticos, síndrome do pânico, síndrome de Bournout, crises de ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) entre outros.
Porém o estresse em si não é considerado uma doença ocupacional, mas sim os fatores que influenciam esta condição emocional, ou outra doença adquirida a partir dele.
Caso tenha ou venha a desenvolver alguma doença ocupacional que o impossibilite ao trabalho. Você enfermeiro deverá ser afastado do trabalhado e encaminhado ao benefício de auxílio-doença.
Mas isto não é tão fácil quanto parece, já que para comprovar esta doença ocupacional é necessário passar por algumas etapas.
4- Etapas para encaminhar o auxílio-doença
As etapas consistem em: consulta médica, solicitação de laudos, relatórios médicos, comunicado a empresa, e por último a perícia médica.
Estes processos geralmente levam bastante tempo e requerem disponibilidade da parte do empregado para correr atrás das documentações necessárias.
A perícia médica é a grande vilã das doenças ocupacionais, pois hoje em dia bastante dos requerimentos de auxílio-doença estão sendo negados.
Sabemos, que você enfermeiro, pode até mesmo ser injustiçado com a negativa da perícia médica. Portanto nem sempre a alta médica pela perícia do INSS, realmente deve ser analisada como última decisão.
5- Recorrendo da decisão que negou o auxílio-doença no INSS
Havendo divergência entre a perícia médica do INSS e a documentação médica de seu médico assistente. Ao exemplo, atestados solicitando o afastamento do trabalho por período superior ao concedido pelo INSS.
Neste caso, você enfermeiro deve recorrer da decisão do INSS, para que assim, você consiga continuar com o seu tratamento médico de forma efetiva.
O recurso ao INSS pode se dar de duas formas, uma é administrativamente, ou seja, diretamente no INSS.
O recurso administrativo em grande parte não surte tanto efeito, pois parte destes recursos são apenas manuscritos, não sendo realizado nova perícia médica. Mas que havendo necessidade deverá ser feito.
De outra forma, você enfermeiro pode recorrer judicialmente contra o INSS. Porque este tem sido mais efetivo, já que é realizado nova perícia médica, com especialista na área da incapacidade.
Um ponto importante do processo judicial, é que a avaliação médica será realizada por médico perito imparcial. Desta forma, a avaliação torna-se a mais justa possível.
6- A diferença do tempo insalubre na aposentadoria, e a aposentadoria especial
Agora, lembrando que os enfermeiros geralmente trabalham em atividades insalubres. A insalubridade pode ser reconhecida pela atividade profissional ser inerente ao ambiente hospitalar.
Inevitavelmente, eu não posso deixar de falar a você enfermeiro, sobre a aposentadoria especial.
A aposentadoria especial, é um benefício garantido ao trabalhador, homem ou mulher, exposto a algum tipo de agente nocivo. Ou ainda que trabalha em condições que o coloque em risco à sua saúde ou a sua integridade física.
FONTE: https://diegoribeiro.adv.br/como-o-estresse-pode-atrapalhar-a-vida-do-enfermeiro/