Medicamentos e álcool: mistura perigosa no Carnaval

 Conselho Regional de Farmácia de SP alerta para interações entre bebidas alcoólicas e medicamentos no Carnaval que podem causar hemorragias, vômitos, taquicardia, desmaios e outras complicações.

Preocupado com o uso abusivo de álcool durante o Carnaval, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, CRF-SP, alerta sobre os riscos da mistura entre bebidas alcoólicas e medicamentos. As dores de cabeça, enjoos e tonturas da ressaca podem levar as pessoas a buscarem alívio rápido sem se importarem com os perigos a que estão expostas.

A mistura de álcool com analgésicos, por exemplo, pode resultar em perda da coordenação motora e do reflexo, se utilizado com ácido acetilsalicílico pode irritar a mucosa que reveste o estômago e causar até hemorragia gastrintestinal, já os anti-inflamatórios podem resultar em danos ao fígado quando ingeridos com bebida alcoólica, enquanto a superdosagem de paracetamol eleva o risco de necrose hepática.

Algumas interações entre medicamentos

  • Analgésicos + álcool = tonturas, perda da coordenação motora e diminuição de reflexos.
  • Ácido acetilsalicílico + álcool = irritação da mucosa do estomago e até hemorragia gastrointestinal.

Superdosagem (riscos de ingerir dose acima da recomendada)

Paracetamol (analgésico e antitérmico) – Pode causar necrose hepática. Se utilizado com anti-inflamatórios não esteroides pode potencializar os efeitos terapêuticos e os tóxicos.

Dipirona Sódica (analgésico e antitérmico) – Podem causar hipersensibilidade, transtornos hematológicos por mecanismos imunológicos, tais como a agranulocitose (redução ou ausência dos leucócitos granulosos).

Ácido acetilsalicílico (AAS – analgésico e anti-inflamatório) – Náuseas, vômitos, diarreia, gastrite, exacerbação de úlcera péptica, hemorragia gástrica, urticárias e enjoos. O uso prolongado e em dose excessiva pode predispor a nefrotoxicidade. Pode induzir broncoespasmos em pacientes com asma, alergias e pólipos nasais.

Kit antirressaca

O CRF-SP chama a atenção também para a prática ilegal da venda dos chamados “kits antirressaca” em farmácias, ou seja, um saquinho com antiácidos e analgésicos, que podem interagir entre eles. Essa prática é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e deve ser denunciada ao CRF-SP pelo portal www.crfsp.org.br, por telefone 08007702273 ou pelo e-maildenuncia@crfsp.org.br.

Pílula do dia seguinte

No Carnaval, também há o aumento do consumo de pílula do dia seguinte sem orientação. Criado para ser utilizado, em casos de emergência, para evitar uma gravidez indesejada, esse medicamento tem sido utilizado como um contraceptivo normal. A eficácia desta pílula diminui com o tempo e, após cinco dias da relação sexual, não faz mais efeito. Além disso, o uso repetitivo aumenta o risco de falha, não substitui outros métodos contraceptivos como a camisinha e o anticoncepcional e não protege de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs/Aids).

Orientação farmacêutica

Por trás de uma simples dor de cabeça pode, por exemplo, haver uma meningite. A febre pode indicar problemas graves de infecção e uma tosse renitente pode ser uma pneumonia, por isso, deve-se evitar a automedicação que pode, inclusive, mascarar doenças graves, além de trazer outros prejuízos à saúde.

Todas as farmácias são obrigadas a ter um farmacêutico durante todo o horário de funcionamento, portanto, é fundamental buscar orientação antes de tomar qualquer tipo de medicamento, tendo em vista os riscos a que as pessoas estão expostas com a automedicação.

Sobre o CRF-SP

Entidade responsável pela fiscalização e habilitação legal do farmacêutico para o exercício de suas atividades no estado, o CRF-SP tem como missão ser referência na orientação, fiscalização e desenvolvimento do farmacêutico para o ético exercício da profissão e garantir atendimento confiável e de qualidade à sociedade.

Fonte: CRF