Quem nunca tomou um antigripal ou analgésico por conta própria para um resfriado ou uma dor de cabeça? Ou pediu a opinião de um familiar ou amigo sobre qual medicamento ingerir em determinadas situações? Além disso, as propagandas muitas vezes induzem ao consumo de determinado medicamento que nem sempre é indicado para aquela necessidade. Essa automedicação, muitas vezes vista como solução para alívio rápido de alguns sintomas, pode trazer consequências mais graves do que se imagina.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sintox), os medicamentos tornaram-se o principal agente tóxico em 1994 e mantiveram essa posição até 2006, com exceção do ano de 2005. Observa-se, em nosso país, um elevado aumento no padrão de consumo pela população, o que leva ao uso incorreto ou desnecessário, resultando em consequências sérias como efeitos colaterais indesejados, reações alérgicas, intoxicações e até a morte. Outra preocupação refere-se à combinação inadequada. Nesse caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro.
Entre os principais tipos de uso irracional de medicamentos, podem ser citados:
- Polimedicação (uso de vários medicamentos ao mesmo tempo);
- Uso inadequado de medicamentos antimicrobianos, tanto em doses incorretas quanto para infecções não bacterianas;
- Uso excessivo de injetáveis nos casos em que seriam adequadas formas farmacêuticas orais;
- Automedicação com medicamentos que requerem prescrição médica.
Para tentar solucionar o problema, o farmacêutico tem papel fundamental na automedicação orientada, promovendo o uso racional de medicamentos. Esse profissional sabe de sua competência e dos limites da sua intervenção no processo saúde-doença, avaliando a situação e conduzindo o paciente, se necessário, ao consultório médico.
Sabe-se que o fármaco pode ter um efeito benéfico para certas pessoas em determinadas circunstâncias, enquanto que, para outras, ter um efeito contrário nas mesmas condições. Portanto, é necessário haver uma atenção profissional especializada, no sentido de conscientizar o consumidor sobre os verdadeiros riscos da automedicação. As instruções sobre como e quando tomar os medicamentos, a duração do tratamento e o objetivo da medicação devem ser explicados pelo médico e pelo farmacêutico a cada paciente.
Dessa forma, a incansável busca da conscientização da população quanto ao perigo da automedicação pelos profissionais de saúde é de suma importância para utilização de medicamentos de forma responsável, ou seja, sob orientação médica. O profissional farmacêutico busca a cada dia seu espaço na farmácia, e está capacitado para prestar assistência farmacêutica, cujo principal objetivo é conscientizar o paciente de que os medicamentos utilizados corretamente e sob orientação médica propiciam alívio de males que afetam sua saúde.
Fonte: Oncoclínica