Farmácias de UBSs irão fechar após parceria com drogarias

Segundo a prefeitura, a complexa logística de distribuição dos remédios para as unidades não têm funcionado, deixando os pacientes sem os medicamentos.

As farmácias das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) deverão ser fechadas pela Prefeitura quando for iniciada a parceria da administração municipal com grandes redes de drogarias para que a entrega de medicamentos fornecidos pelo SUS passe a ser feita nas farmácias privadas.

De acordo com o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Wilson Pollara, a complexa logística de compra e distribuição dos remédios para as unidades municipais não têm funcionado, deixando os pacientes sem os medicamentos.

“Nós não conseguimos entregar remédio nas Unidades Básicas de Saúde. É impossível competir com a rede logística das farmácias (privadas). Só para eu ter o estoque de remédios nas UBSs, tenho que ter um investimento de R$ 100 milhões. Sendo que esse remédio já está lá na prateleira da farmácia”, disse ele nesta terça-feira, 31, durante evento que celebrou a realização de 100 mil exames pelo programa Corujão da Saúde.

Ele afirmou que a Prefeitura ainda tem um gasto extra de R$ 50 milhões por ano só para retirar e distribuir os remédios comprados pelo Ministério da Saúde.

“A grande preocupação (com relação ao fechamento das farmácias das UBSs) é o desemprego dos farmacêuticos, mas não vai ter porque eles fazem parte hoje da equipe de Saúde da Família”, afirmou.

O secretário disse que ainda não há data para que os remédios passem a ser distribuídos nas grandes redes de drogarias, pois a parceria ainda precisa de acordos com o ministério.

Corujão

Ainda durante o evento, realizado no Hospital Sírio-Libanês, um dos parceiros da Prefeitura no Corujão da Saúde, a secretaria informou que além dos 100 mil exames feitos, outros 220 mil foram agendados.

A promessa da gestão do prefeito João Doria é zerar a fila de 485 mil exames em três meses. Ele afirmou que, após esses período, o fluxo de pedidos médicos será seguido normalmente com os novos pacientes, que deverão ser atendidos em até 30 dias.

“Mas se houver qualquer necessidade, imediatamente retomamos o Corujão”, disse Doria. Até o momento, 43 instituições privadas e filantrópicas já aderiram ao programa.

A Prefeitura informou ainda que cerca de 30% dos pacientes agendados para procedimentos pelo Corujão não comparecem ao centro médico para fazer o exame. Por isso, a gestão tem agendado mais pacientes do que vagas para que as unidades não fiquem com capacidade ociosa.

Fonte: Exame