A medicina é incrível, não é? Você deve se lembrar do caso do médico que planeja em breve (dezembro desse ano) fazer o primeiro transplante de cabeça, que consiste em retirar a cabeça de um paciente e colocar em outro corpo saudável. O cientista já fez diversos procedimentos em ratos, cachorros e até macacos e vai tentar em humanos pela primeira vez. Contudo, o profissional quer ir além.
O neurocientista italiano, chamado Sergio Canavero, quer tentar no futuro um transplante de cérebro congelado em um corpo. Canavero, que trabalha no Grupo Avançado de Neuromodulação de Turin (Turin Advanced Neuromodulation Group), disse à revista alemã Ooom que almeja um transplante de cérebro e que quer fazer isso em no máximo três anos.
Só para deixar claro: um transplante de cabeça consiste em retirar a cabeça de um paciente vivo (e com alguma enfermidade terminal) e colocá-la em um corpo saudável; já o transplante de cérebro é, praticamente, reviver uma pessoa, pois se resume em utilizar um cérebro em criogenia e colocá-lo em um corpo saudável (com cabeça e tudo). Em outras palavras: pegar o cérebro de alguém e colocá-lo em um corpo novo.
“Há muitas vantagens. Praticamente não há reações ou rejeições de imunidade. Nós podemos tentar reanimar cérebros congelados criogenicamente. Isso é legal, que alguém vai saber o que fazer com um cérebro congelado em 100 anos. Nós tentaremos trazer o primeiro paciente de volta a vida, mas não em 100 anos, mas sim depois de 2018”, disse Canavero ao Ooom.
Há contrapartidas? Canavero pode estar completamente errado
De acordo com Canavero, que ainda estuda a possibilidade no campo teórico, o maior problema seria o choque do cérebro se acostumar com um corpo completamente novo, pois se trata de um cérebro de terceiro colocado em um crânio que, originalmente, não pertencia a ele.
Porém, diferente do transplante de cabeça, o transplante de cérebro não foi testado em animais ainda. O Dailymail comentou que por se tratar de uma operação tão delicada e complexa, é uma presunção muito grande da parte do médico dizer que isso será realizado em apenas três anos, pois requer décadas de trabalho e pesquisa.
Sergio Canavero já conversou e disse que terá a ajuda do Alcor Life Extensio Foundation (Fundação de Extensão à Vida Alcor), uma empresa de criogenia localizada no Arizona responsável por armazenar corpos e cérebros congelados. Contudo, a empresa diz que nenhum contato foi feito e que a empresa não tem associação nenhuma com o profissional.
Contudo, por conta de algumas declarações ao Ooom, Canavero comentou alguns processos de criogenia de maneira errônea, algo que muitos especialiastas alegaram como uma “falta total de compreensão de como o processo funciona”, sugerindo que, talvez, o médico não saiba tanto quanto alega. Especialistas dizem quea tecnologia necessária para “descongelar” com total precisão um cérebro sem danificá-lo está há décadas ou talvez até séculos de nós e que a ideia de reanimar um cérebro é apenas ficção hoje.
Fonte: Tecmundo