Secretário da Saúde quer usar farmácias particulares para distribuir remédios pelo SUS

‘GESTÃO NÃO VAI DEIXAR FALTAR REMÉDIOS’, AFIRMOU WILSON POLLARA EM ENTREVISTA AO BOM DIA SÃO PAULO NESTA SEXTA-FEIRA (6). 

O novo secretário da Saúde da cidade de São Paulo, Wilson Pollara, afirmou nesta sexta-feira (6) que a nova gestão municipal “não vai deixar faltar remédio”. Ele anunciou que pretende criar um mecanismo para que as farmácias particulares, que já estão espalhadas pelos bairros, possam também distribuir medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um mecanismo semelhante já é adotado pelo Programa Farmárcia Popular.

“Essa gestão não vai deixar faltar remédio, não vai deixar faltar seringa, luvas. Tem casos em que falta luvas”, afirmou Pollara, em entrevista ao Bom Dia São Paulo.

A falta de remédios é um problema recorrente na capital paulista. O Bom Dia São Paulo encontrou nos últimos dias falta de medicamentos, por exemplo, na USB Dr. Luís Augusto de Campos, no Jardim Guarani, na Zona Leste. O azulejista Márcio Lima afirma que precisa tomar o remédio sinvastatina todo dia, mas que só conseguiu fazer o tratamento por dois meses. A operadora de loja Rosinete Barros precisa tomar cinco remédios, mas só encontrou dois na UBS. “Como eu tenho uma cirurgia e eu preciso urgente desse remédio, eu vou ter que comprar, né. Não tem outra forma, o médico passa e já era pra eu tá tomando esse remédio”, afirma.

Na UBS Santa Cruz, na Zona Sul, pacientes também reclamava da falta de remédios e seringas.

O secretário afirma que a compra feita atualmente pelo sistema de licitação dificulta o processo, que podem ocorrer impugnações por empresas derrotadas e que, após a assinatura dos contratos, também há dificuldades de logística e eventuais falhas nas entregas por parte das empresas.

“O sistema é o problema. A compra é difícil, a logística é difícil. Estamos encontrando outras opções. O correio já é utilizado em alguns casos. Outra opção é utilizar as próprias famárcias de algumas regiões, dando um cartão, um ticket pra que a pessoa retire o remédio”, disse Pollara, que afirma querer uma solução mais “moderna”.

‘Corujão’
Pollara reiterou que o programa Corujão da Saúde vai zerar a fila de exames em 90 dias. O programa será uma parceria com hospitais particulares para que ofereçam sua estrutura para a realização de exames durante a noite e a madrugada. “É uma verdadeira operação de guerra. Toda a secretaria envolvida e [a meta] vai ser cumprida”, diz.

O chamamento público para hospitais e clínicas interessados em participar foi publicado nesta sexta. “Temos vários hospitais que têm filantropia chamado Proad em que já têm o contrato para atender os pacientes. Dia 10, vamos ter principalmente na região da Paulista, Sírio-Libanês, HCor e Oswaldo Cruz já vão estar atendendo a noite dentro do programa Corujão, inclusive o prefeito vai visitar esses 3 hospitais no dia 10.

Após a fila de exames ser zerada, o programa será encerrado. Ele deverá durar cerca de 90 dias.

Servidor
Pollara anunciou ainda que pretende retirar o atendimento do SUS do Hospital do Servidor Público Municipal. A ideia é que o esse público seja atendido em outra unidade na região central de São Paulo e deixar o Hospital do Servidor apenas para os funcionários municipais.

Médicos
Ainda segundo o secretário, serão contratados 712 médicos de forma emergencial para o Programa da Saúde da Família.

Fonte: G1